A UNIVERSIDADE NO SÉCULO XXI



                           

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Santos, Boa Ventura de Sousa. a Universidade no século XXI 

A obra tem como propósito discutir os problemas enfrentados pela universidade pública na passagem do século XX para o século XXI e apresentar possíveis soluções para o decorrer deste. Para tanto, o autor objetiva responder a três questões principais: “O que aconteceu nos últimos dez anos? Como caracterizar a situação em que nos encontramos? Quais as respostas possíveis aos problemas que a universidade enfrenta nos nossos dias?”(SANTOS, 2010, p. 11) O livro é dividido em duas partes: na primeira, o autor analisa as transformações recentes no sistema de ensino superior e o impacto destas na universidade pública; na segunda, identifica e justifica os princípios básicos de uma reforma democrática e emancipatória da universidade pública, que a permita responder criativa e eficazmente aos desafios com que se defronta no limiar do século XXI.O autor parte da análise que fez sobre a situação da universidade, suas crises e desafios no final do século XX, contida no texto “Da ideia de universidade à universidade de ideias” publicado no livro Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade3 em 1994, onde analisava a universidade, em especial a universidade pública, e identificava nesta a existência de três crises: a crise de hegemonia, resultado da incapacidade da universidade em desempenhar funções diferentes das tradicionais, levando o Estado e os agentes econômicos a procurar fora da universidade alternativas para a produção de conhecimentos instrumentais, úteis na formação de mão de obra qualificada exigida pelo capitalismo; a crise de legitimidade, resultado da não satisfação, por parte da universidade, da aspiração das classes populares pelo acesso ao conhecimento; e a crise institucional, resultado da perda de prioridade da universidade pública entre os bens públicos produzidos pelo Estado, que converteu a educação em um bem público que não tem de ser exclusivamente pelo Estado assegurado.O autor finaliza a primeira parte identificando o impacto das novas tecnologias de informação e comunicação na proliferação das fontes de informação e nas possibilidades de ensino-aprendizagem à distância como fator também responsável pelo abalo da universidade, embora coloque tal impacto como uma questão em aberto, onde o que falta saber é em que medida estas transformações afetarão a pesquisa, a formação e a extensão universitária.O autor afirma que “a universidade no século XXI será certamente menos hegemônica, mas não menos necessária que o foi nos séculos anteriores”(SANTOS, 2010, p. 111). Explica que nesta obra salientou as ameaças externas, embora a existência de fatores de ameaças internos como o elitismo, o corporativismo e a inércia pela incapacidade de se autointerrogar torna a universidade presa fácil aos interesses da globalização neoliberal.O autor identifica ainda outras duas áreas de legitimação e de responsabilização social. Trata-se da relação entre a universidade e o setor capitalista privado e do reforço de sua responsabilidade social. Para o autor, a universidade precisa estar dotada de condições, tanto financeiras quanto institucionais, para que não seja posta numa posição de dependência nem de sobrevivência em relação aos contratos comerciais, e que possa “assumir formas mais densas de responsabilidade social, aceitando ser permeável às demandas sociais, sobretudo àquelas oriundas de grupos sociais que não têm poder para as impor”(SANTOS, 2010, p. 89)


Referência Bibliográfica:


Santos, Boaventura; FILHO, Naomar. A Universidade no século XXI. PDF. Disponível em: https://www.google.com/url?q=https://www.ces.uc.pt/bss/documentos/auniversidadedosecXXI.pdf&sa=U&ved=2ahUKEwjg8u6fqK_0AhVwJrkGHVK7BhoQFnoECAwQAg&usg=AOvVaw1eDbkjyopwZ1oQDTfO_2d0 Acesso em: 08 de nov. de 2021





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